segunda-feira, 8 de março de 2010


O PSD vive hoje uma "confusão doutrinária total". Quem o diz é o presidente do Governo Regional da Madeira e líder dos sociais-democratas na Região Autómoma. Alberto João Jardim critica os candidatos à liderança por "andarem a brincar às facções eleitorais", dividindo o partido. É essa a razão que o leva a recusar-se a "entrar nesta opereta".
"A confusão doutrinária dentro do PSD é total e foi por isso que eu defendi um congresso. Não foi para aquelas alminhas andarem a brincar às facções eleitorais. Por isso também defendi, mas isso já não foi aceite, que o congresso fosse à porta fechada para todos termos uma conversa. Não aceitaram, the show must go on [o espectáculo tem de continuar] e portanto estão nesta do show go on", vincou Jardim em declarações à agência Lusa.
A resposta para a divisão entre sociais-democratas, advoga o líder do PSD da Madeira, passaria por uma candidatura única de Marcelo Rebelo de Sousa: "Claro que, se eles desistissem todos a favor do professor Marcelo Rebelo de Sousa, isso seria ouro sobre azul".
Jardim "muito distante deste PSD"
Alberto João Jardim explica que esteve a favor da realização de um conclave extraordinário do partido por "achar que é preciso o PSD esclarecer muita coisa sobre a sua natureza". A começar por uma questão: "É um partido de esquerda, de centro ou de direita?".
"Temos de esclarecer. Para mim é de centro. É uma social-democracia de tendência socialista, como as nórdicas, ou é de tendência de centro de raiz mais social-cristã baseada no personalismo da doutrina da Igreja Católica? Federalista europeu ou de primado nacional? Quer a regionalização do Continente ou não? Aceita maior autonomia para Açores e Madeira? Admite rever a Constituição ou quer ser situacionista?", enunciou o líder regional do PSD.
"Estas questões têm de ser discutidas dentro do PSD, porque a confusão que vai dentro do partido sob o ponto de vista doutrinário é total", insistiu Jardim, que confessou também estar "muito distante deste PSD": "Este PSD é o meu partido de sempre, mas é cada vez menos o meu partido. Quem quiser interprete esta frase".

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